e autoficções

Deixo aqui esta página com o fim único de me lembrar que o acaso também é corregedor de mentiras. Um homem que começa mentindo disfarçada ou descaradamente acaba muita vez exato e sincero. M. A.

domingo, 17 de abril de 2011

sempre tive dúvidas sobre certos conceitos q preenchem as infindas considerações filosóficas, literárias, psicanalíticas enfim. leio muitas vezes aquela explicação com exemplos e tudo, entendo, daí a pouco... puf, sumiu. q é mesmo isso? uma amiga certa vez me revelou q sofre também desse mal.

legal isso de encontrar alguém com os mesmos somenos. a gente acha q nem adianta explicar pois ninguém sente aquilo. sentimento de sol. certa vez uma aluna me falou q quando via alguém machucado dava uma gastura q os joelhos dela doíam, pow! num revelei isso também porque pensava só eu sentir. prepotente. sou assim desde pequena, q nem marisa: acho o universo ao meu redor.

mas o q quero contar é outra.
sobre ñ entender dos conceitos, um deles é epifania.  
Joyce, Lispector, Borges, uns diziam. e puf! 


quando papai morreu iríamos voltar para bh.
                motivada por um passeio fui ver antes de mudarmos a casa q ficaríamos.
no mesmo bairro de antes, na rua debaixo.
poxa, por tanto anos desejei isso!

mas aquela casa tava fria, fria a rua, o bairro
bh fria, meus amigos nem eram mais meus.

naquela casa vazia tive uma epifania. 
vi todos os anos em vitória q tanto praguejei 
vi os amigos...poucos
o curso de letras
o clima vivo
quente
preenchido

saí daquela casa decidida q nunca mais moraria de novo em bh. nunca*. esse tempo havia morrido. e na verdade sempre foi uma bosta. menti pra mim todos esses anos. principalmente sobre aqueles amigos de merda.

nem mais quero vê-los novamente. 
desconfiava q  não era mesmo daquele lugar.
agora tenho certeza q nem tenho lugar    pra ser dele.
aqui o lugar é
q é meu.


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 *significa: mudo de opinião muito rápido!